quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008



Fidel Castro Ruz e Costa Pinto, na III Cumbre em Salvador. O “combate” ideológico é importante pois o capitalismo venceu, daí a tragédia do “mercado”, mentira, ilusão descabidas, imprensa comprada a dólar no mundo inteiro pelas “sociedades secretas”, a maioria judia / árabe e descendentes de Reis, Rainhas, etc. No Brasil o testa-de-ferro maior é o grupo Rede Globo / Time / Life / J. P. Morgan.

Afrânio Peixoto na administração de Portugal


O nome do grande escritor tinha esplêndida ressonância em Portugal. O povo do país irmão mostrou sempre excepcional interesse por sua fascinante figura. Várias publicações de Lisboa e de outras cidades peninsulares lhe solicitaram elementos para o estudo de sua vida e de sua obra. Os vultos proeminentes da literatura portuguesa exerceram sôbre ele influência poderosíssima. Camões, principalmente, dominou-lhe a sensibilidade. Afrânio Peixoto estudou a obra sob diversos aspectos. Ele jamais reagiu à tutela do tronco português. Amava as plagas de onde se irradiou o fluxo de nossa formação espiritual e admirava os homens que nos guiaram nas nossas origens. Daí o excepcional prestigio de que gozava em terras de além-mar. Divulgados alí seus livros, os leitores lusos souberam compreendê-la e admirá-lo. Atraído pelas manifestações de infinito carinho que não cessavam, visitou várias vezes Portugal, que o cumulou de homenagens e honrarias. O mestre da literatura nacional sentia-se alí como na própria terra. As mais altas instituições culturais do país lhe consagraram o nome, tendo a Universidade de Coimbra o chamado para o seio do seu corpo docente. Conferiu-lhe desse modo a maior honra já concedida a escritor e cientista estrangeiro.
Fonte: Ilustração Brasileira - Fev. 1947

O carinho do grande amigo Artista Plástico Gilberto Gomes de São Paulo

Que maraviha meus queridos amigos Noelice e José Mário Costa Pinto!!!Como foi bom ter recebido suas notícias!Olhem, tenho muito o que lhes contar e vou fazê - lo doravante. Estou aqui em Guaratinguetá, onde tenho meu atelier escola.Infelizmente, há dois meses, perdemos o querido professor José LuizPasin...uma pena...Estou também escrevendo para o Jornal o Lince, e no próximo mês, sairá uma grande matéria a respeito do querido Hansen. Também falo sobre todos vocês...mandarei alguns exemplares, ok?Ano passado em São Paulo foi lançado o livro Contando a Arte de Gilberto Gomes, pela Noovha America Editora. Mandarei também um exemplar!Mandem seu enderço e aguardem muitas notícias.Foi com grande alegria que recebi essa mensagem!!!Recebam o forte abraço de grande admiração desse amigo que nunca esqueceu de vocês!Carinhosamente,
Gilberto Gomes
- 25/02/2008
www.bahiahoje.com.br/gilbertogomes

O AMOR EXISTE!!!

Sim!... Ele existe e o encontrei, personificado, materializado e testemunhado na Pousada do CENTRO ESPERANÇA DE DEUS. Maria e eu queríamos passar o fim de ano fora de Salvador, em um local repousante e uma sobrinha, mui querida, nos indicou este refúgio, relativamente próximo de sua residência, em Estância, Sergipe. Aportamos lá, com Amelinha que fez a gentileza ir pedir atenção especial para os seus tios, no entardecer de 28 de dezembro último. Afora o aspecto agradável do recanto escolhido, logo no dia seguinte, quando, incógnitos, fizemos cinquenta e dois anos de casamento, fomos encantados pelo rito especial da celebração eucarística e pela homilia do fundador daquela monumental instituição, padre Humberto Leeb. Foi como um preâmbulo do que estava por vir nos dias seguintes. Com a singeleza própria dos que dignificam a pessoa humana, pois, sendo grandiosos, se apequenam para viver em comunhão com as simples pessoas comuns, preocupados com, sofrimento dos desvalidos de toda sorte, fomos abordados pelo casal Dr. José Mário e Noelice Costa Pinto, que, de primeira, nos falou da histórica epopéia que foi a vida de Hansen Bahia. Trocamos palavras e impressões que me levaram a lhes abrir meus sentimentos, dada a confiança que inspiram, com um tato muito especial, como que atentos em não ferir a sensibilidade dos humanos, quase sempre susceptíveis, à menor sombra, mesmo imaginária, que lhe empanem a auto-imagem que têm de si. Comecei por lhes falar, talvez em demasia, até perceber de quem se tratava e, então, cuidei de procurar ouvir mais o Dr. José Mário, cujas vivências ocorreram em um plano deveras relevante. Por outro lado, já havia tomado conhecimento da fantástica realização do padre Leeb, austríaco de nascimento e cidadão do mundo livre em favor da promoção das deserdadas pessoas humanas, desde as favelas do Rio de Janeiro até aquele rincão outrora perdido e ignorado, significativamente denominado Porto do Mato, na Ilha da MataVirgem.Lera, com sofreguidão, seu livro, que me foi presenteado, antes do encontro tido com o casal Costa Pinto e da missa a que assisti embevecido e já deslumbrado com sua obra missionária inigualável. Na capa ele apresenta, como subtítulos, a Santa Desobediência e Uma Revolução Fraterna, concretizadas em PORTO DO MATO: O DESAFIO DE FÉ. Seu caso é daqueles em que é necessário VER para CRER, dado o assombroso carisma de um sacerdote que comoveu Terra e Céus, com riscos pessoais sem medida para levar mais que Esperança e sim a presença de Deus na Ilha da Mata Virgem, alterando radicalmente o horizonte existencial de tanta gente relegada, por completo, à incúria dos poderes públicos eclesiais. É relevante assinalar que, desembarcando no Porto de Nangola onde, noutros tempos, a escravidão apartava clandestinamente, ele trouxe consigo o estandarte da libertação de um povo dos grilhões da mortalidade infantil, das trevas da ignorância e da sufocante inércia decorrente da falta de qualquer outra perspectiva, salvo chafurdar na lama dos manguezais sem fim que recobrem a região, fronteira a Mangue Seco na divisa com a Bahia. Encantou-me, sobremaneira, os arranjos da nave do templo em que penetrei, a sós com Maria, boa meia hora antes da celebração eucarística, estando ainda vazio, por completo. Não o descreverei a fim de espicaçar a curiosidade de queem se interesse em contemplar os prodígios da intuição humana, materializados na obra inusitada do padre LEEB, cuja alegre presença revela ser ele pessoa dotada de externa empatia e cônscia do amor cristão que irradia de si com evidente autenticidade. Enlevados por tais circunstâncias e envolvidos pala aura fraterna com que se nos apresentou o casal Costa Pinto, nosso diálogo se tornou intenso e caloroso. Todavia, um tanto exaustos e afadigados como nos achávamos, Maria e eu nos recolhemos cedo, antes do climax da passagem do ano e, na manhã seguinte, os novos amigos deixaram a Pousada, levando consigo seu amável e cativante neto, Yuli Lacroix ... Grata surpresa foi o retomo deles no segundo fim de semana seguinte ao reveillon. O encanto do encontro inicial não se havia desfeito e para tornar mais viva e durável nossa relação nos brindaram com seu livro: Poesias Vida Luta Amor. Outro brevíssimo fim de semana e se foram... “Permitam-me denominá-los 'amigo', embora só nos tenhamos falado uma vez”. Valho-me desta expressão extraída da carta de Antônio F. Costela, senhor da Casa da Xilogravura de Campos de Jordão dirigida a Noelice e José Mario, para lhe testemunhar nosso agradecimento pela ventura de conhecê-los, com a vantagem de nos termos falado um pouco mais que Leda e Antônio Costela, também eles amantes confesses, um do outro, como vocês e a nós, Maria Wense e Antônio Cruz. Diante disto nos apraz reafirmar, pelos exemplos de Hansen Bahia, de tantos Casais anônimos ou que tentam viver no anonimato, mais ainda, pelo espírito crítico que anima o Padre Leeb é inconteste a prova provada, meu digno Juiz, Dr. José Mario Peixoto Costa Pinto, que O AMOR EXISTE.
Jan./2008

Antônio Cruz
Advogado
Ex-Vereador em Ilhéus
Ex-Deputado Estadual

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

ATIVIDADES DE JOSÉ MÁRIO PEIXOTO COSTA PINTO

ATIVIDADES DE JOSÉ MÁRIO PEIXOTO COSTA PINTO
• Ex-funcionário do Instituto Afro-Oriental da Universidade Federal da Bahia. Revisor.• Ex-funcionário do Instituto de Ciências Sociais da antiga Universidade do Brasil. Setor de Publicação.• Ex-funcionário da Faculdade de Arquitetura da Universidade Federal da Bahia. Secretário por quatro anos.• Ex-funcionário do Instituto de Ciências Sociais da Universidade Federal da Bahia. Secretário por um ano e dois meses.• Ex-Diretor do Ministério Público do Estado da Bahia por oito anos.• Advogado militante por 14 anos.• Ex-Advogado da Gantois – Corretora de Câmbio e Valores Mobiliários Ltda.• Ex-Representante legal da Família do Sr. Waldemar Gantois na Urbaniza – Urbanizadora Salvador Ltda. durante a implantação do projeto Patamares no Bairro Patamares, de autoria do Mestre Lúcio Costa.• Ex-Advogado da Enciclopédia Britânica do Brasil.• Ex-Advogado do Frigorífico Cohim.• Ex-Consultor Jurídico da Companhia Progresso e União Fabril da Bahia por 12 anos consecutivos. Representava o Professor Doutor José Martins Catharino.• Advogado do Banco Econômico S.A. e suas 19 empresas por três anos.• Ex-Membro do Grupo de Trabalho para o levantamento do Patrimônio Imóvel da Universidade Federal da Bahia, por Portaria.• Ex-Presidente da Equipe Técnica de Classificação de Cargos do Estado da Bahia, na qualidade de Diretor da Procuradoria Geral da Justiça, por Portaria.• Diplomado pelo III Seminário em Administração Financeira de Empresa, da Escola de Administração da Universidade Federal da Bahia, sob a direção do Professor Luiz Sande.• Ex-Colunista do Diário de Notícias (Universidade em Foco) por vários anos, convidado por Jader Tavares.• Jornalista colaborador do Jornal da Bahia.• Articulista da Tribuna da Bahia – 9 anos.• Ex-Membro da Associação de Periódicos da Bahia.• Ex-Membro da ABI.• Colaborador de vários jornais brasileiros, em épocas distintas, inclusive todos os jornais da Bahia (Salvador e alguns do interior) e revistas especializadas.• Pintor autoditada com algumas exposições.• Artista Fotógrafo Amador com exposições em vários estados do Brasil e em todos os continentes.• Segundo lugar na I Mostra Fotográfica Leão Rozemberg, patrocínio da Secretaria de Educação e Cultura do Estado da Bahia.• Várias Menções Honrosas em Salões de Fotografia e Festivais de Cinema Super 8 no Brasil e Exterior.• Fundador do Foto Cine Clube da Bahia, filiado à Confederação Brasileira de Fotografia e Cinema (SP), registrado no Cartório de Títulos e Documentos do 2º Ofício – Salvador, reconhecido de Utilidade Pública por Lei nº 4/76, na Câmara Municipal de Cachoeira.• Ex-Presidente do Foto Cine Clube da Bahia por 10 anos.• Um dos colaboradores da II Bienal Nacional de Artes Plásticas da Bahia e Membro do Júri da Parte de fotografia da mencionada Bienal.• Vencedor do Concurso de Roteiros Cinematográficos patrocinado pelo Governo Luiz Viana Filho, com o filme “Caminhos”.• O filme “Caminhos” representou o Brasil na Espanha, Costa del Sol, na Semana del Filme de Autor Internacional. Menção Honrosa. Com o mesmo filme tirou o segundo lugar na I Jornada de Curta Metragem da Universidade Federal da Bahia.• Ex-Diretor/Superintendente da Scala Comércio, Administração e Negócios Imobiliários Ltda.• Terceiro colocado na II Mostra Baiana do Filme Super 8, parte integrante do I Festival de Arte de Cachoeira, com o filme: “O Poder dos Orixás”, 30 minutos, colorido.• Membro da Comissão Organizadora do I e II Festivais de Arte de Cachoeira com duração de 30 dias e verba da FUNARTE/MEC.• Idealizador e responsável pelo Jornal do Fotógrafo e a Revista Câmara – Foto/Cine (não mais existem).• Elaboração dos Estatutos da Sociedade Cultural Orféica Lyra Ceciliana e sua restauração. Essa Filarmônica foi fundada em 22 de janeiro de 1870.• Realização (Direção e Fotografia) de 16 filmes Super 8 mm e 16 mm.• Um dos idealizadores das Galerias de Artes “Amanda Costa Pinto”, em Cachoeira, e “Portas do Carmo”, em Salvador.• Juiz de Direito – três vezes promovido por merecimento.• Membro da Academia Internacional de Letras, ocupando a Cadeira de Urbano Duarte.• Membro do Movimento Poético Nacional, SP. Várias poesias (mais de 200) e participou de sete livros na Bahia e no Rio de Janeiro.• Variedades (uma série de trabalhos científicos sobre os “reflexos condicionados” nos candomblés; observações sobre a influência de certos sons nos pássaros, cães e homens; curiosidades sobre a imprensa na Bahia de 1811 a 1832; apreciação científica do “texto de Frei Elizeu Guedes”, etc.).• “Filhos da Pureza” – Um Passeio pelo Recôncavo Cheio de Amores e Mistérios”.• “Criaturas do Pântano” – Romance.• Alguns trabalhos publicados na imprensa, mais de 200, desde a década de 50: O Juiz e a Ré; O Supremo Tribunal Federal em Defesa da Criação; A Petrobrás é Intocável; Aspectos da Pré-História do Cinema; O Arquiteto e a Empreitada; As Adaptações Cinematográficas; A Citação – Autorização Expressa; Documentário – Apreciação Sobre o Filme Nacional; Música e Musicalidade; Fato Consumado (ponto de vista jurídico a respeito do Decreto-Lei nº 24.150/34); Reclassificação com Desenvolvimento (in Revista no Ministério Público da Bahia); Fotocinematografia é Cultura; Vila Nossa Senhora do Rosário do Porto da Cachoeira; Combate ao Tóxico; Aspecto da Poesia de Gregório de Matos; O des. José Luiz de Carvalho Filho; Dom Quixote em Portugal; Ligeiro Retrospecto Histórico do Jornalismo e a Critica de Jornal; O Instituto de Filme e a Imagem para Ciência e o Ensino (tradução); Pinturas de Murais em Epazoyucan (tradução); A Sentença de Tiradentes; A Sentença de Cristo.• Pesquisa: de campo e audiovisuais (fotografia, gravação e cinema) sobre a influência negra na Bahia, especialmente no Recôncavo, ainda não concluídas; sobre a origem da “Casa de Farinha’, etc. • Um dos organizadores da I, II e III Mostra do Filme super 8.• Colecionador de selos.• Criador de pássaros e vários animais, em várias épocas, para experiências e observações: cores, sons, vestes, danças, comidas, a noite, o dia, o mar, o fogo, a água, o ar no candomblé vermelho e a consequente alienação da Ubanda, fenômeno de aculturação.• Expositor de fotografia no Brasil e Exterior.• 2º Vice-Presidente do Conselho da Filarmônica Lyra Ceciliana, Cachoeira, Bahia.• Colaborador efetivo dos jornais: A Cachoeira, Correio de São Félix, Cruz das Almas, Diário da Bahia, Diário de Notícias, Jornal da Bahia, Tribuna da Bahia e algumas vezes em A Tarde e Jornal do Brasil, El Pais, Granma e etc.• Elaboração dos Estatutos da Academia de Letras e Arte do Recôncavo Baiano.• Cidadão de Mutuípe.• Cidadão Cachoeirano, título concedido pela egrégia Câmara Municipal de Cachoeira, Estado da Bahia.• Viaja pelas Américas e quase todo o Brasil conhecendo a realidade dos povos para os livros: “Cuba: Um Povo Heróico” e “Pés Rachados”.• Viaja pela Europa em estudos para livro sobre arte incluídos na sua biografia, em preparação.• Poeta, tendo participado de vários livros no Brasil.• Participou e apresentou uma tese sobre Direito Internacional no “Primer Encuentro Iberoamericano de Editores”, celebrado em Havana durante os dias 25, 26, 27 e 28 de março de 1997.• Advogado contratado do Banco do Brasil.• Advogado contratado do Banco Econômico na sua Segunda etapa.• Membro da Academia Internacional de Heráldica e Genealogia. Nº 194• Membro da Academia Internacional de Ciências Humanisticas. Nº 143• Membro da Federação das Entidades Culturais Fronteristas. Nº 81• Membro do Clube de Poesia do Rio Grande do Sul. Nº 124• Membro da Academia de Letras da Fronteira Sudoeste – RGS. Nº 209• Membro da Academia Internacional de Letras “Três Fronteiras”. Nº 191• Membro do Clube Internacional da Boa Leitura. Nº 102• Membro da Associação Uruguaianense de Escritores e Editores. Nº 126• Membro do Centro de Estudo e Difusão Cultural “Romaguera Corrêa”. Nº 95• Membro do Instituto Histórico e Geográfico de Uruguaiana. Nº 223• Membro da Academia de Letras de Uruguaiana Nº 170• Membro da Academia de Trovadores da Fronteira Sudoeste do RGS. Nº 139• Membro da Academia Anapolitana de Filosofia, Ciência e Letras.• Fundador e Ex-Diretor da Ofimática – Editora Gráfica Costa Pinto Ltda.• Ex-Diretor – Executivo da Regional da Nipomed em Salvador – Bahia (área de saúde e seguro).• Editor dos Livros “Recôncavo Laboratório de uma Experiência Humana; de L.A. Costa Pinto; “Breviário da Bahia” e “Livro de Horas”, de Afrânio Peixoto; “O Marechal Francisco Pereira de Aguiar”. de Arnold Wilberguer (no prelo);• Convidado para escrever a introdução da “Constituição de Cuba” – Direito Constitucional.• Diploma de gratidão pelos serviços prestados à comunidade, pela Câmara municipal de Candeias – 1983.• Membro da Associação dos Magistrados da Bahia.• Membro fundador da Fundação de Assistência dos Magistrados da Bahia.• Fundador da Gazeta da Bahia.• Idealizador da Fundação Professor Joaquim da Costa Pinto Netto.• Sócio Honorário do Instituto de Grafologia da Bahia.• Editor do livro “Sargento também é povo”, do jornalista Selva Corrêa Mendes.• Realiza pesquisa sobre a pesca em Indiaroba/SE.• Membro do Ateliê Costa Pinto em Estância/SE.• Àrvore genealógica das famílias Aguiar Costa Pinto e Afrânio Peixoto.• Ex-consultor jurídico da Federação Baiana de Futebol.• Membro da Associação dos Magistrados Brasileiros – DF.• Autor da monografia “A tragédia do povo de Indiaroba-SE”.

MARECHAL AGUIAR


Por: José Mário Peixoto Costa Pinto


O Marechal de Campo, Francisco Pereira de Aguiar, nasceu em 1820 e faleceu em 1903, aos 83 anos. Castro Alves nasceu em 1847 e morreu em 1871, com 24 anos. Quando o Marechal Aguiar tinha 27 anos, Castro Alves nascia. Tomando por base o ano de 1992 são passados 172 anos do nascimento do Marechal Aguiar; 145 anos do nascimento de Castro Alves; 89 anos da morte do Marechal Aguiar e 121 anos da morte de Castro Alves. Em síntese, o que ocorria na Bahia, no Brasil e no mundo? Diz Edison Carneiro que Castro Alves nasceu um pouco antes do levante praieiro de Pernambuco, a última das agitações populares iniciadas com a Minoridade, e morreu, um pouco depois da publicação do Manifesto Republicano. A maré das revoluções populares entrava em refluxo. A reação conservadora esmagou os cabanos do Pará (1833), os farrapos do Rio Grande do Sul (1835-45), a sabinada na Bahia (1837), os balaios no Maranhão (1839), a revolução liberal em Minas Gerais e em São Paulo (1842) e os praieiros de Pernambuco (1848-49). Os conservadores e os escravagistas, cedendo à pressão exterior e tentando minorar a insolvência da lavoura, como mais tarde confessaria Eusébio de Queiroz, haviam abolido o tráfico de escravo em 1850. Os capitais empregados nesse comércio de seres humanos buscavam aplicação na indústria, nos Bancos, nas companhias de navegação. Heitor Ferreira Lima diz que a segunda metade do século XIX, no Brasil, pode-se dizer que é todo o segundo reinado. Ela começa, portanto, a rigor, em 1840, com a proclamação da maioridade de Pedro II e sua consequente ascensão ao trono. Três grandes acontecimentos enchem a história desta época: a Guerra do Paraguai, a Abolição e a República. Como causa determinante destes fatos todos, porém, encontra-se um fator único: a transformação econômica porque passava o país. Esse “surto progressista” Edson Carneiro chama de “aparente prosperidade nacional”, Heitor Ferreira Lima chama de “transformação econômica”, Afrânio Peixoto e Pedro Calmon falam em “grande progresso”. J.F. Normano caracteriza por uma “pequena revolução industrial de Mauá”. Este progresso começou no entanto, bem antes, com a transferência da Côrte de D. João VI para o Brasil. Normano diz que “a colossal arrancada progressista atinge seu apogeu no segundo reinado entre os anos de 1850 e 1870. Instalam-se no país grandes armazéns de importação. Fundam-se importantes casas de negócios. Criam-se Bancos; 1836, no Ceará; 1838, no Rio de Janeiro; 1846, no Maranhão; 1847, na Bahia e Pará; 1851 e 1853, também no Rio de Janeiro. A primeira estrada de ferro nacional foi inaugurada em 1854 e em 1875 o país possuía 1.801 Km de linhas ferroviárias. A navegação, que representa 31% nos anos de 1822 a 1837, passa a 50% entre 1837 e 1874. O primeiro telégrafo elétrico, no Brasil, foi construído em 1852 e 1875 já se tinha 6.286 Km de linhas telegráficas. Segundo Oliveira Lima no seu livro “Império Brasileiro” e Pandiá Calogeras na sua famosa obra “Formação Histórica do Brasil”, diz: Eis a dinâmica do comércio exterior do Brasil, em contos de reis.

Desenvolvimento industrial de acordo com o período de sua fundação. Refere Roberto Simonsen, que por volta de 1850, o país contava com um pouco mais de 50 estabelecimentos industriais, inclusive de dezenas de salineiras aduzindo que “há referências a 2 fábricas de tecidos, 10 indústrias de alimentação, 2 de caixas e caixões, 5 de pequena metalurgia, 7 de produtos químicos, nas quais estavam empregados capitais no valor de mais de 7 mil contos, que, ao câmbio de então, representavam cerca de 780.000 libras esterlinas. Em 1876 existiam já fábricas de tecidos com 14.875 fusos e 385 teáres mecânicos, ocupando 768 operários, cuja produção era de 125.600 quilos de fio”. José Bonifácio, que teve para a formação do espírito de Pedro II e para o futuro da nacionalidade o fato de ele haver assistido pessoalmente à Revolução Francesa e mantido relações de bom estudante com Chaptal, Vauquelin e, sobretudo com Fourcroy, em cujos “Annales de Chime” colabora em 1790, ao regressar ao Brasil já velho, mas de espírito sempre jovem, o Imperador Pedro I nomeia o grande José Bonifácio tutor dos seus filhos pelo seguinte Decreto: “Tenho maduramente refletido sobre a posição política deste Império, conhecendo quando se faz necessária a minha abdicação e não desejando mais nada deste mundo senão gloria para mim e felicidade para a Minha Pátria, Hei por bem, usando do direito que a Constituição Me concede no cap. V art. 130, nomear, como por este Meu Imperial Decreto nomeio, tutor de Meus amados e prezados filhos ao muito probo, honrado e patriótico José Bonifácio de Andrade e Silva, Meu verdadeiro amigo. Boa Vista, aos 6 de abril de 1831, décimo da Independência e do Império. Imperador Constitucional e Defensor Perpétuo do Brasil.” Por decreto da Regência, de 15 de dezembro de 1833, José Bonifácio foi suspenso das funções de tutor dos filhos de D. Pedro I. Exerceu o cargo durante trinta e dois meses e dias, tempo de sobra para imprimir traços do seu caráter íntegro no espirito do jovem pupilo, depois D. Pedro II, nascido a 2 de dezembro de 1825. Contava, em 7 de abril de 1831, cinco anos quatro meses e dias. As intrigas políticas para o afastamento de José Bonifácio principiaram logo em 1831. Temiam, e com razão, os latifundiários e escravocratas, que ele infundisse no futuro imperador os seus sentimentos libertários. A influência de José Bonifácio e Vitor Hugo foram, realmente, enorme na formação do Marechal Aguiar e, principalmente, em Castro Alves. Diz Afrânio Peixoto que “Castro Alves não podia escapar também a esse tempo, mas fê-lo com um caráter e ungiu com a sua nativa generosidade por nenhum interesse: num regime monárquico, foi republicano; num tempo em que a escravidão era no Brasil res sacra, res integra, foi abolicionista; num tempo em que havia uma guerra contra o Paraguai, desdenhou o sucesso fácil das odes guerreiras e militares, foi humanitário e pacifista; quando o êxito militar e político do Império alemão acovardava o mundo e aqui mesmo lograva o proselitismo que os fortes sempre impõem aos fracos, ele protestava e num apelo patético confiava o destino futuro da Civilização aos filhos do Novo Mundo! Originalidade porque lograva ser poeta da natureza brasileira, das causas sociais brasileiras, como estilo próprio, seu, inconfundível entre todos os poetas de seu tempo e de seu país...” Amigo do Marechal Aguiar, Castro Alves, nos seus últimos anos de vida, já na Cidade do Salvador, no Solar do Sodré, onde posteriormente funcionou o Colégio Ipiranga, fechado muitos anos e reaberto depois pelo governo do Estado, tão revolucionário quanto amante de muitas mulheres, desassombrado ganha de presente do Doutor Salustiano Ferreira Souto um alazão imponente, de crinas inteiras, ao qual deu o nome respeitável de “Richelieu”. Assim conta Heitor Ferreira Lima: “Montado nele ia visitar o conselheiro Dantas, na Vitória; gozar a delícia de uma hora de conversa à sombra colhedora das mangueiras, na “roça” dos Aguiar; prosear e recitar numa roda de amigos na residência de Domingo Joaquim da Fonseca.” O Cientista Social Luiz de Aguiar Costa Pinto diz, com humor, que correu o risco de ser parente de Castro Alves... J. Mattos Filho, no seu livro “A Filha de Castro Alves”, também fala dos seus passeios a cavalo. Veja o que diz: “Aconteceu porém o que era inevitável, embora os escritores castriades omitam o fato. Castro Alves encontrou a mulher que lhe faltava, fora do rol das sinhazinhas do ambiente caseiro, alheia àquelas cujos nomes foram conservados e voejaram, como mariposas e inquietas, derredor as chamas desse gênio da poesia. E elas foram muitos o que levou Afrânio Peixoto, na conferência da Biblioteca Nacional, a exaltar, depois de citar algumas: “E outras ... e outras! ... Foram tantas faz lembrar Sainte Beuve, quando fala das amadas de Chateauberiand: são as estrelas do céu – mais agente as contempla, mais elas aparecem!” Continua Mattos Filho: “Virgínia Hugo malgrado a sua condição de humildade, que a fez a ignorada da história do poeta, participa desta constelação, e participa aureolada pela coroa da maternidade”. Este, além de ser amigo do Marechal e suas filhas, era admirado por parte da aristocracia da época. Esta ligação com Aguiar, Dantas, Fonseca e outros demonstra cabalmente uma grande admiração pelo gênio baiano. O Marechal Francisco Pereira de Aguiar e Castro, mas que em todos os documentos posteriores não consta o “e Castro”, viveu intensamente a segunda metade do século XVIII, como fez Castro Alves, era um homem monarquista, constitucionalista e progressista para a sua época, sendo engenheiro formado na Escola Militar do Império do Brasil, obtendo aos 11 de março de 1841, a patente de “Alferis – Aluno” graduando-se em Bacharel em Matemática pela referida Escola Militar. Regressando à Bahia, aos 11 de Janeiro de 1843 e com 23 anos de idade, na presença do Reverendo Frei Raymundo Nonato da Madre de Deus Bastos, no oratório particular da casa de seus pais, recebeu como esposa Dona Maria Roza de Madureira. A sua mulher contava então 17 anos de idade. Até 1843 o Marechal Aguiar era um homem relativamente pobre pois vivia apenas do seu soldo de Engenheiro Militar. Nesse ano ele recebeu importante herança tornando-se, assim, rico e abastado proprietário. Desde esta época passou Francisco Pereira de Aguiar a morar com a sua mulher na bela chácara que os Madureira possuíam no Bom Gôsto, e que se chamava “Roça Grande” a qual passou à história conhecida por “Solar do Bom Gôsto” ou “Solar Aguiar”. Essa Roça foi vendida em 1917, após o falecimento da segunda mulher do Marechal Aguiar, ao Governo do Estado da Bahia, o qual a cedeu mais tarde à Faculdade de Medicina, que mandou demolir o Solar no ano de 1933, para ali edificar o atual Hospital das Clínicas, a Reitoria e a Cidade Universitária. José de Aguiar Costa Pinto, Professor da Faculdade de Medicina e então Diretor, neto do Marechal Aguiar, um homem culto e progressista, antes da demolição do “Solar Aguiar” teve o cuidado de fazer fotografar toda a coleção de azulejos do “Solar Aguiar” levantando assim um documentário sem ajuda do qual teria sido duplamente trabalhoso o aproveitamento dos painéis nos salões e corredores da Reitoria, graças à iniciativa do então Reitor Edgard do Rego Santos. Eis a descrição feita por Afrânio Peixoto, grande amigo de José de Aguiar Costa Pinto, sobre o “Solar do Bom Gôsto”: “O Bom Gôsto era um paço rico, cheio de artísticas preciosidades, engaste raro e digno das lindas moças, das austeras matronas, dos ricos homens que habitavam. O soalho envernizado aqui, era forrado ali de esteirinha de caixões, e friso doirado ao longo das cornijas seguindo por salões e alcovas, os móveis pesados e solenes, a prataria, a cerâmica, os jarrões, os cristais, os cetins de Macau, as sêdas de Lião, os veludos, os damascos, os gorgurões, as holandas, as cambraias, os esguiões que envolviam uma numerosa família, digna de quadros, dessa moldura, desse escrínio de jóias... E as jóias então! Tudo passou... dele ficaram algumas lembranças, de contemporâneos que vão passar”. No seu “Breviário da Bahia”, Afrânio Peixoto enfatiza que “ainda hoje a alta sociedade da Bahia ostenta o nome Aguiar, associado aos Macedo, Costa Pinto, Castro Rebelo, Cerqueira Lima, Liberato de Matos... e outros colaterais e descendentes dos Aguiar.” Rico era o comerciante português Pedro Barbosa de Madureira, falecido a 21 de julho de 1868, conforme se vê na lápide do jazigo da família na Igreja da Piedade. Passou a ser propriedade de Francisco Pereira de Aguiar, futuro Marechal de Campo, com a morte do filho que este houve de sua primeira mulher, que era filha de Pedro Barbosa de Madureira e que faleceu antes. O Marechal Aguiar recebeu duas heranças, por isso era tido como um homem abastado, todavia antes disso ele pertencia a uma família sem maiores recursos. O resto é mito. Era um Engenheiro extraordinário tendo sido condecorado por D. Pedro II em várias oportunidades e todas suas promoções foram por merecimento em face de obras tidas como “gigantescas” para a época, senão veja-se: a construção da muralha “que se vai construir na montanha do Pilar (na Bahia) sob a casa do senhor Justino Nunes de Sento Sé”, cujo original se acha no Arquivo Militar; “Projetos de melhoramentos para a Ladeira da Conceição, de uma praça e cais em frente da matriz do mesmo nome”; dirigiu indistintamente todas as obras da capital e as da cidade da Cachoeira, sendo o chefe dos engenheiros de Salvador; nivelou o Campo Grande, então chamado de Campo de São Pedro, ao Canela onde tinha duas montanhas; iniciou-se em 1851 o calçamento da Cidade do Salvador, sendo a Ladeira da Misericórdia a primeira a ser calçada, seguindo-se outras da cidade baixa entre a Fonte do Pereira e Guindaste dos Padres, assim como a Calçada do Bonfim até Jequitáia e ainda a rua Nova do Comércio (atualmente Conselheiro Dantas), bem como a praça do Comércio e o Julião; a construção do edifício semicircular sobre o cais da Alfândega que dá para o mar, obras no palácio do Arcebispo, no Lazarêto de observação, no Farol da Barra, no Palácio do Governo, calçamento da Ladeira do Taboão, do Beco do Tira-Capote (atualmente rua da Alegria), da Ladeira da Piedade, dos becos do Garapa, da rua do Pilar, macadamização da estrada da Vitória e muitas outras. A mais importante obra do Marechal Aguiar se deu no Governo de Francisco Gonçalves Martins, no seu segundo governo como Presidente da Província da Bahia, nomeado pela Carta Imperial de 25 de junho de 1868. Francisco Gonçalves Martins, o Visconde de São Lourenço, deixou a Presidência da Província da Bahia em 1871, por incrível oincidência o ano que Castro Alves morreu. Diz Braz do Amaral sobre a maior obra do Marechal Aguiar, citado no livro “Os Presidentes da Província da Bahia 1824-1889”, de Arnold Widberger: “ainda se notava a falta na Bahia de uma obra de suma necessidade. Haviam os holandeses represando o rio das Tripas para aumentar o dique, ou antes fazer um dique entre a cidade e os morros próximos, de onde podiam vir inimigos. Os portugueses deixaram o fôsso aquático, sem dele cuidarem convenientemente, e os brasileiros, ainda menos. Era portanto um charco de águas lodosas no verão e um alagadiço no inverno, e que se estendia desde os fundos do Convento de São Bento, ou Hortas de São Bento, até a Baixa dos Sapateiros. Havia em certos pontos pinguelas, pelas quais se passavam, fazendo milagres de equilíbrio, de uma parte para outra, isto é do bairro da Saúde e do de Santana para o da Sé, sitio onde a cidade primitivamente fora fundada. Era preciso transformar a parte baixa entre os morros, encharcada e imunda, numa rua, canalizando o rio das Tripas e fazendo-o correr por baixo de uma abobáda, para aproveitar o espaço e fazer ali a comunicação entre a parte velha e a nova, da cidade. E foi esta a obra que formou a rua da vala, atualmente chamada rua Dr. J.J. Seabra, trabalho que se fez em diversas administrações, aliás.” Diz Arnold que por justiça deveria se chamar rua Francisco de Aguiar, pois foi ele quem a fez, e construiu. Assim ficaria gravado para sempre na memória dos póstumos o nome do Marechal Aguiar, que foi sem dúvida alguma, o maior engenheiro Militar do seu tempo na Bahia e o grande impulsionador das nossas mais destacadas obras públicas. Defendendo tese no Rio de Janeiro, o Marechal Aguiar recebe o título de “Doutor em Matemáticas”, com todas as solenidades da época. O Alferis-Aluno Francisco Pereira de Aguiar terminou como Marechal, título este recebido depois de morto. Sempre que terminava uma importante obra na Província da Bahia era promovido e recebia de D. Pedro II uma condecoração. Conta Arnold Wildberger um fato que demonstra a personalidade e a grandeza do Marechal Aguiar, além de uma competência finura, educação e cultura que devem ser exaltadas: “como a Província da Bahia atravessasse uma fase difícil nas suas minguadas finanças, ofereceu Francisco Pereira de Aguiar ao Presidente Antônio Coelho de Sá e Albuquerque 10% do sôldo de sua Patente, durante um ano, para “acudir às despesas com obras públicas”. A Presidência, aceitando aquele oferecimento por oficio de 25 de fevereiro de 1863, menciona que o mesmo foi feito “em auxílio das Urgências do Estado”, acrescentando: “cabe-me dizer-lhe que ao Governo Imperial darei conhecimento da oferta e em nome do mesmo Governo agradeço a V. M.cê essa prova de patriotismo.” Demonstrando que se pode ser agradecido, ter reconhecimento por suas promoções e condecorações, sem misturar com subserviência ou falta de gratidão, inclusive a D. Pedro II, que tanto lhe promoveu e condecorou por sua competência e honradez, Francisco Pereira de Aguiar foi chamado à Corte pelo Ministro da Guerra, Visconde de Camamú, em 19 de Abril de 1865 a fim de seguir para a guerra que o Brasil declarou ao Paraguai em 26 de janeiro de 1865, “no primeiro vapor que ali partisse”. Seguiu o Militar Engenheiro Civil e “Doutor em Matemática”, chegando à Corte e sabendo que havia sido nomeado chefe do Corpo de Engenheiro um Major de nome Carvalho, de patente inferior à sua, protestou, pelo que determinou o Ministro da Guerra por Ordem do dia 9 de maio, o seu regresso para a Província da Bahia. Mais tarde, por Ordem de 29 de setembro de 1866, foi ele enviado para Tabatinga, na fronteira do Amazonas com a Colômbia. Não deixa de ser uma perseguição por ter protestado com absoluta dignidade e razão. Tempos depois voltou à Província da Bahia continuando ativamente à frente das novas realizações no campo da engenharia, sendo promovido a Tenente-Coronel do Corpo de Engenharia. Por ocasião da abolição da escravatura, teve ensejo de libertar muitos escravos que viviam em seu “Solar do Bom Gôsto” e em seus inúmeros engenhos do recôncavo baiano. Quando se deu a queda da Monarquia, em 15 de novembro de 1889, não se conformando com o novo regime político introduzido no Brasil, pediu reforma, obtendo-a por contar mais de 40 anos de bons serviços conforme consta no Decreto nº 1934, de 30 de janeiro do mesmo ano. Portanto, o Marechal Francisco Pereira de Aguiar não obstante ter sido monarquista e constitucionalista, foi também um homem culto e extremamente competente sendo, no mínimo, um liberal ou mesmo progressista no reinado de D. Pedro II. Os seus descendentes até os dias de hoje estiveram ou estão sempre ligados, além de uma primorosa educação de influência francesa, às ciências, às artes, à educação, à cultura doando-se à Bahia, ao Brasil e até no exterior, como nos casos dos descendentes do casal Joaquim da Costa Pinto e Sophia Henriqueta Macêdo de Aguiar, ela que teve dez filhos. Seu marido Joaquim da Costa Pinto era um comerciante de guarda-chuvas, chapéus de feltros ou semelhantes varrendo, diariamente, ele próprio, o passeio em frente a sua loja tornando-se Senador Costa Pinto, uma homenagem da Câmara Municipal do Salvador, porque em 1891 fez parte da constituinte Republicana do Estado da Bahia, sendo a seguir eleito Senador Estadual. Residiam onde está situado o Colégio Sophia Costa Pinto cujo educandário foi fundado por Carlos de Aguiar Costa Pinto, neto do Marechal Aguiar, que casou-se com Dona Margarida Ballalai de Carvalho, tendo sido um homem relativamente pobre, como enfatiza o grande amigo da família José Silveira, no seu livro “Paradigmas-Vidas que Ensinam; Exemplos que Engrandecem – 1989”. Trata-se de outro mito pois só ligam Carlos de Aguiar Costa Pinto à sua fortuna que conseguiu com muitos esforços no comércio. Educado, sim; rico, inicialmente, não. Carlos era de temperamento despótico. Sem dúvida uma família de tradições de educação, cultura e ciências nos ramos os mais diversos como o de Angelina Macêdo de Aguiar e Manoel Joaquim Liberato de Matos; ramo Maria Jacinta de Aguiar e Alfredo Augusto Borges; ramo Laura Macêdo de Aguiar e Manoel Joaquim Liberato de Matos, ramo Eugênia Macêdo de Aguiar e Manuel José de Magalhães Aguiar; ramo Zulmira Macêdo de Aguiar e João Cerqueira de Magalhães; todos fizeram algo de bom e com dignidade pela Bahia. Não se sabe porque nunca o Museu Carlos Aguiar Costa Pinto, um museu fantástico, nunca fez uma grande homenagem ao Cientista Marechal Francisco Pereira de Aguiar seu neto, eis que Carlos é filho do Senador Joaquim da Costa Pinto e Sophia Henriqueta Macêdo Aguiar Costa Pinto, inclusive tiveram 11 filhos dos quais o Professor Doutor José de Aguiar Costa Pinto, grande amigo dos mestres José Silveira, Magalhães Neto, Almeida Gouveia, Afrânio Peixoto, Couto Maia, Lemos de Brito, entre outros, sendo Carlos tio do Magistrado José Mário Peixoto Costa Pinto, descendente direto do Marechal Francisco Pereira de Aguiar, que deu início a tudo, inclusive no Museu há muita coisa comprado por Carlos aos seus parentes, realizado por sua viúva a dama e fina Dona Margarida de Carvalho Costa Pinto, hoje tudo e muito mais herdado por seus sobrinhos, que o mantém com a ajuda do governo da Bahia, inclusive, do Orçamento do Estado da Bahia – Exercício de 2001, há recursos destinados à Fundação Cultural do Estado, para o Museu Carlos Aguiar Costa Pinto no valor de R$ 1.060.000,00 (hum milhão, sessenta mil reais) ou seja, 3,6% do total. (Fonte: Diário Oficial de 14 e 15 de outubro de 2000). A Bahia deve muito ao maior construtor de sua época com obras gigantescas, como a Ladeira da Montanha, que encantou cientistas japoneses em terremotos, pois segura toneladas e toneladas de peso da Praça Castro Alves até o Pilar sem um só pedaço de ferro. A Bahia deve preservar sua memória.

Pai e Filho


Meu filho,
Tudo é ciência. Assim é, porque tudo é matéria. A inteligência e a honestidade que usarem os homens no tratamento dessas verdades fundamentais, condicionarão o futuro da humanidade. Dê sua contribuição. Estude a ciência.Pela sua bondade e pelo seu caráter, você merece, meu filho, ser um homem esclarecido, enxergar mais além do que um medíocre ou um simples remediado da cultura.Com todo o intenso amor de pai e imensa confiança em você, vai aqui o conselho, o livro e o estímulo, que espero os dois primeiros signifiquem.
Do seu amigo eterno
Joaquim da Costa Pinto Netto

31/07/58